sexta-feira, 9 de julho de 2010

Três pilares da campanha

Luciano Siqueira *

Refiro-me a campanha de candidato proporcional – ou seja, no pleito atual, a deputado estadual e federal. E, obviamente, excluo postulantes que optam por comprar a preços inconfessáveis votos que lhe darão o mandato. Falo de candidatos de raízes e compromissos populares.

Isto posto, que “pilares” são esses? Sem querer defender tese nem ensinar nada a ninguém, revejo as tantas campanhas que já se passaram em minha vida militante, sendo eu candidato ou não, e chego à conclusão de que ideia, coragem e emoção são essenciais a uma campanha bem sucedida. (Além de materialmente bem lastreada, como deve ser toda campanha).



Vamos por parte. Primeiro que tudo é preciso sustentar um discurso correto, consistente e compreensível pelas parcelas do eleitorado que constituem o público alvo da candidatura. Isto quer dizer uma plataforma onde estejam assinalados os principais compromissos do candidato – que, no caso dos comunistas, se inspira na orientação geral do Partido, contida nas resoluções do último Congresso e em diretrizes mais recentes. Uma espécie de fusão da proposta nacional com bandeiras que expressam a realidade local. Mais: unir em torno dessa plataforma, alguns milhares de militantes e apoiadores.



Assim se faz possível uma campanha aguerrida, corajosa, ousada na busca do apoio popular. Mobilizando as pessoas das mais diversas formas, através de pequenas, médias e grandes ações. Nos territórios delimitados para a campanha, onde se concentra a presumível base social e política da candidatura, disputar o voto palmo a palmo – da porta da fábrica às cinco da matina ao fim de noite nos bares frequentados pela galera mais esclarecida.



E emoção, muita emoção. Você lembra de algo verdadeiramente importante na vida que não lhe emocione? Se não lhe toca a sensibilidade é porque não é importante ou você ainda não se apercebeu da importância que tem.



A disputa eleitoral é evento decisivo em nossas vidas, pelas consequências para o futuro mediato do País e de nossa aldeia. Bote importância nisso. Demais, quem ocupa o posto de candidato e os que formam os destacamentos do exército na briga pelo voto não alcançarão o objetivo se não se deixarem contaminar pela consciência do papel histórico que cumprem. E o entrelaçamento com a própria saga do nosso povo, a certeza de que estamos continuando a luta de muitos que em diferentes fases de nossa História alevantaram nossas bandeiras rubras e verde-amarelas, muitos sacrificando a própria vida e tingindo com o seu sangue generoso o solo de nossa terra.



O candidato não representa a si mesmo, é intérprete dos propósitos do Partido e de milhares que se aglutinam na peleja. E a campanha, assim concebida, se traduz num imenso ato coletivo de amor e de confiança no povo.



Convergência de ideias, determinação combativa e entusiasmo e alegria dão, assim, o sentido e o colorido da luta. E a possibilidade de êxito.

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