sexta-feira, 16 de julho de 2010

O óleo, a água e o PCdoB em campanha

Luciano Siqueira *





Nas eleições gerais deste ano, tanto em plano nacional como nos estados, formam-se frentes partidárias muito amplas, reunindo correntes políticas que frequentam praticamente todo o espectro partidário. Em torno da candidatura da ex-ministra Dilma e de candidaturas a governos estaduais melhor situadas, aliam-se a partidos de esquerda e de centro agremiações de perfil nitidamente conservador, tradicionalmente pertencentes a hostes adversárias.



Descaracterização dos partidos? Distinção entre esquerda e direita borrada? Sim, se olharmos o fenômeno apenas pelas suas aparências. Não, se compreendermos o sentido e a serventia de coligações amplas e diversificadas como elemento constitutivo da correlação de forças. Funciona aí o postulado tático leninista de partir da unidade das forças mais consequentes, atrair forças suscetíveis de serem atraídas para o nosso campo, neutralizar outras tantas passíveis de serem neutralizadas e isolar e enfraquecer o inimigo principal.



Isso vale para a guerra, vale para movimentos de ruptura com a ordem vigente, assim como para pelejas eleitorais e até para a luta social cotidiana. Alguém tem dúvida de que, deflagrada uma greve, aos grevistas interessa que não compareçam ao trabalho até pelegos e bajuladores do patronato, seja pelo convencimento momentâneo, seja através de piquetes?



A frente constituída em torno de Dilma, por exemplo, se aglutina com base numa plataforma (ou programa) à qual todos aderem, mas nem todos com ela se comprometem plenamente – mas ao invés de reforçarem o exército adversário, combatem ao nosso lado. Seria uma inconsequencia empurrá-los para o campo inimigo e pedir que atirem contra nós!



E o PCdoB nesse ambiente? Sente-se confortável, preservando entretanto sua independência. Comparece à luta com fisionomia própria, que se traduz tanto na defesa firme da plataforma unitária da ampla frente (e aí já se vê uma marca dos comunistas), como na abordagem dos temas específicos de campanha e na eleição de seus candidatos – este último dado essencial do desempenho partidário no mapa eleitoral.



Dito de maneira mais simples, é como se num mesmo recipiente onde se encontram os vários componentes da água, o PCdoB, que nem óleo, esteja junto porém diferenciado, autônomo e visível aos olhos dos trabalhadores e do povo.



Mantida essa postura, nada a temer ao se inserir nas coligações partidárias, por mais amplas e heterogêneas que sejam.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Projeto proporcional comunista

“O PCdoB tem sempre lutado para que as alianças de apoio a Dilma consigam assegurar a continuidade do ciclo aberto por Lula. Dessa maneira, o partido não se perde, mantendo sua coerência em âmbito nacional. Dentro dessas alianças, procuramos ver como o partido apresenta suas lideranças e a possibilidade de êxito dessas candidaturas para que o partido também cresça. Definimos que era necessário o PCdoB ter uma bancada maior de deputados federais, chegando à casa das duas dezenas, o que seria um passo importante, já que elegemos 13. Não é uma tarefa simples, mas reunimos condições para isso. No Senado, o objetivo é conquistar uma bancada, o que o partido nunca teve; pretendemos eleger pelo menos mais dois ou três senadores, além do que já temos (Inácio Arruda, do Ceará)”. Renato Rabelo (Presidente Nacional do PCdoB)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Paulo Cézar Caju: Futebol burocrático não ganha nada


A derrota da seleção brasileira para a Holanda por 2 a 1 nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul não surpreendeu o tri-campeão da Copa de 70, Paulo Cézar Lima – mais conhecido como Paulo Cézar Caju. “A seleção não empolgou porque faltou talento, molecagem” – afirmou o ídolo do tricampeonato.

Durante entrevista ao Vermelho – dias antes do jogo que marcou o fim da participação do Brasil na África do Sul – Caju criticou o futebol retrancado e sem talento observado, segundo ele, em quase todos os jogos da Copa – especialmente naqueles em que atuaram os jogadores brasileiros.

Reconhecido por seu futebol habilidoso e provocador, o ex-meio-campista da seleção brasileira afirmou ter ficado de “saco cheio com a falta de talento e qualidade” apresentada no continente africano. “Gosto de futebol artístico e criativo. A seleção não empolgou porque faltou talento, molecagem. Faltou drible, balãozinho".

Segundo Caju, os verdadeiros talentos do futebol brasileiro na atualidade são: Ganso, Neymar e Robinho. “Jogador fino, hoje tá duro! Ponho o Ganso, o Neymar e o Robinho. Pra mim, o Robinho é um peladeiro com talento. Ele dribla, é audacioso e debocha dos adversários. Mas o Neymar e o Paulo Henrique (Ganso) são um talento, um negócio raro”.

Na opinião do ex-jogador, a seleção precisa abandonar de uma vez por todas o futebol retrancado. “Com futebol burocrático e de robô a gente não vai ganhar nada. Só o talento pode. Eu criaria duas ligas: a dos brucutus e a dos talentosos. Só iria jogar na minha liga quem tivesse talento”.

"Eu gosto de futebol de artista, de futebol criativo, não tenho paciência pra ficar um mês vendo jogos tão ruins", continua o craque, um dos astros da constelação que o futebol brasileiro ostentava na década de 1970.

"Tem briga na eliminatória, você corta um dobrado para se classificar para a Copa do Mundo. Aí, quando você vai, joga para se defender, vai para impedir que o melhor jogue. De repente, quando está precisando do placar, está sendo eliminado, aí você sai pro jogo?", critica Caju, referindo-se aos jogos que eliminaram as seleções da Itália e dos Estados Unidos deste Mundial.

"Pega os Estados Unidos, por exemplo. Os caras não sabem nem passar a bola. Eles têm um jogador razoável o Donovan. Mas ninguém queria ver os EUA jogarem", observa.

"Isso acontece por que a Fifa expandiu a Copa para 32 seleções. Isso diminuiu a qualidade, já que antigamente eram as 16 melhores que jogavam. A Copa de 1970 foi a melhor de todas, Além do Brasil tinha outros times bons, como Alemanha, Uruguai, Itália e Peru, tinha espetáculo".

O palpite de Caju para a final da Copa do Mundo, que acontece hoje, às 15h30, é de que a Espanha seja sagrada campeã. “Esta será uma final de duas escolas que evoluíram muito no futebol europeu nos últimos anos. Mas acredito na vitória da Espanha”.

Sobre a demissão de Dunga, Caju afirmou que “já vai tarde”. Paulo Cézar criticou a postura do ex-técnico da seleção durante a competição. “O Dunga para mim agiu como um infeliz. Grosseiro, mal educado e xingando todo mundo”.

Para ele, as possíveis indicações de Mano Menezes e Luiz Felipe Scolari (Felipão) para ocupar o cargo não trariam novidades para o futebol da seleção. “Eles vêm da mesma escola gaúcha de futebol. O novo técnico da seleção, na minha opinião, deveria ser o Vanderlei Luxemburgo – que é o melhor técnico brasileiro da atualidade”.

Ao ser questionado sobre a aparente falta de talento no futebol brasileiro, Caju afirma que o talento existe, mas que é preterido pelos técnicos.

Futebol: um esporte marginalizado
O ex-jogador, que atuou em uma das épocas mais polêmicas do futebol brasileiro, lembrou a ousadia do ex-companheiro do Botafogo e amigo Afonso Celso Garcia Reis – o Afonsinho.

Afonsinho ficou famoso por ser um dos primeiros jogadores a se rebelar contra a situação dos atletas, considerados "escravos dos dirigentes e empresários" e foi pioneiro na conquista do passe livre.

“Você tinha que ser muito ousado e corajoso. Na época ele já era diferenciado e brigou pelos direitos dele. Foi um marco, e ele carrega essa bandeira até hoje. Tinha que ter muita coragem para encarar, além dos militares, os dirigentes de futebol. O nível era outro, os jogadores de futebol eram uma classe marginalizada, tida mais ou menos como escrava”.

Caju afirma que nunca permitiu a exploração. “Nunca fui tratado como escravo. Também era rebelde! Aos 17 anos chutei o balde e xinguei todo mundo – no Botafogo. Mas foi ele (Afonsinho) quem realmente abriu as portas para todos nós”.

Da infância pobre ao reconhecimento internacional

Nascido na favela da Cachoeira, no Rio de Janeiro, Caju explica que a carreira bem sucedida foi fruto de muita dedicação e trabalho. “Saí de uma favela e fui adotado aos 10 anos – o que foi a minha grande felicidade. Para minha sorte, na minha geração, a favela não tinha bandido, tráfico de drogas e nem armas. Tinha a questão da índole e minha mãe realmente me deu educação. Mas eu sabia que não queria aquele mundo pra mim. Depende de você”.

Ele critica a postura alienada da maioria dos muitos jogadores da atualidade e diz que, acima de tudo é preciso encontrar equilíbrio. “Eles são alienados. A cabeça deles é 'eu quero uma Ferrari, eu quero uma Porche, eu quero uma BMW'. Eles não leem, não vão ao teatro, não vão ao cinema e não alimentam a cabeça”.

Caju explica que enquanto atuou como jogador fez questão de aproveitar todas as oportunidades. Aos 24 anos, quando foi contratado pelo Olympique (clube do futebol francês da cidade de Marselha) rejeitou a cláusula contratual que dizia que teria direito a um tradutor e optou por aprender sozinho o idioma.

“Na hora que eu estivesse no campo o tradutor não ia estar do meu lado então, decidi aprender sozinho. Hoje falo, leio e escrevo francês e também falo espanhol. Tenho amigos na música, no cinema, no teatro. O futebol é o esporte mais querido do mundo. É preciso saber aproveitar as oportunidades que ele traz. Voltando ao assunto dessa garotada, acho que eles têm mais é que ganhar dinheiro mesmo, mas não podem é ficar alienado”.

Sobre a ditadura

Em relação ao regime militar, que comandava o país após o golpe de Estado de 1964 e se refletia em todas as atividades do país, Caju nega que houvesse interferência na Seleção Brasileira, no sentido de escalação ou convocação do time.

A Seleção Brasileira foi treinada pelo jornalista João Saldanha nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1970. "O Saldanha era comunista, era muito amigo do meu pai e foi treinador do Botafogo por muito tempo. Nas eliminatórias, Saldanha montou três times, com base no Santos, no Botafogo e no Cruzeiro". Na época, o general Médici, que ocupava o cargo de presidente, queria a convocação do centroavante Dario, mas Saldanha não o convocou.

Depois de um período de turbulências, que os historiadores atribuem a provocações contra Saldanha, a CBF demitiu o técnico e colocou em seu lugar o ex-jogador Mario Jorge Lobo Zagallo.

"Quando Saldanha saiu, entrou Zagalo, que convocou o Dario, mas isso não teve ligação com o Medici", afirma Caju. "Entre a gente não comentavamos nada disso", continua. Para ele, a única manifestação da ditadura na Seleção era a presença de militares na comissão técnica.

"Na preparação física tinha 4 capitães do exécito. O almirante Gerônimo Bastos chefiava a delegação, mas eles não interferiam na escalação do time" afirma.

O ídolo de Bob Marley

Entre as oportunidades que a carreira de jogador de futebol lhe proporcionou, Paulo Cézar destaca as amizades. Ele falou da experiência inédita e da relaçaõ com o ídolo do reggae Bob Marley.

“Um dia eu estava treinando no Vasco, em São Januário, e apareceu a Glória Maria falando que tinha acabado de chegar ao Rio um grande artista do reggae: o Bob Marley”. Paulo Cézar conta que a primeira pergunta que a repórter fez ao músico foi o que ele gostaria de fazer na cidade maravilhosa durante a viagem. “Ele respondeu que queria passar a semana com um de seus ídolos da seleção de 70, o Paulo Cézar Lima. Então, ela me retirou do treino e nós fomos para o Copacabana Palace, que era o hotel em que ele estava hospedado”.

O roteiro turístico pela capital carioca incluiu uma partida de futebol no Politheama – time de Chico Buarque de Holanda. Na equipe de Bob Marley jogaram: Junior Marvin, Caju, Toquinho, Chico Buarque e Jacob Miller. O time adversário foi composto por Alceu Valença, Chicão (músico da banda de Jorge Ben Jor) e mais quatro funcionários da gravadora.

O placar da partida foi 3 a 0 – com gols de Caju, Bob Marley e Chico. O gol mais comemorado por Bob foi o feito por Caju. O músico chegou a manifestar sua admiração pelo jogador: "Sou fã de seu futebol".

“Foi uma coisa maravilhosa. Ele era uma figura linda. Não tem como não se emocionar” afirmou Caju.

Por Humberto Alencar e Mariana Viel

sábado, 10 de julho de 2010

Porque foram condenados os presos que Cuba vai libertar ?

A igreja católica de Cuba anunciou, dia 7, um acordo com o governo de Raúl Castro e o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, com a assistência do ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, para libertar 52 presos remanescentes do desmantelamento da conspiração de 2002/2003 pelo fim do socialismo na ilha. Além dos questões humanitárias, o tema envolve aspectos políticos referentes à resistência antiimperialista na ilha que não podem ser postas de lado.



O acordo beneficia 52 presos; cinco presos terão libertação imediata (Antonio Villarreal Acosta, Lester González Pentón, Luis Milán Fernández, José Luis García Paneque e Pablo Pacheco Ávila), e os demais 47 sairão num prazo entre três e quatro meses e poderão viajar para a Espanha, "se assim o desejarem", como declarou o chanceler espanhol. Em maio, quando as negociações entre o governo de Havana e a Igreja começaram, já havia sido libertado o preso Ariel Sigler.



Os presos fazem parte de um grupo detido, julgado e condenado em 2003 por fazerem parte de uma ampla conspiração antissocialista articulada em torno do chamado Projeto Varela, que, com apoio ativo do governo dos EUA, reuniu 48 organizações antirrevolucionárias (cinco delas com sede nos EUA) para investir contra o governo socialista e iniciar o que chamavam de "transição" para o capitalismo.



O plano previa a formação de uma grande aliança opositora com o objetivo de restabelecer a Constituição de 1940 e, segundo Angel Polanco (presidente do Comitê Pró-Mudança), obter adesões a um abaixo-assinado pela renúncia do governo socialista, pela mudança no sistema político e pela convocação de um Congresso da República, levando ao poder um governo provisório para promover o desmonte do estado socialista.



Apresentada pela imprensa conservadora como um movimento pacifista de oposição ao regime instaurado em 1959, o Projeto Varela fez parte da tentativa norte-americana de desestabilizar o regime e surgiu num ambiente onde as ameaças contra a soberania e a independência de Cuba se multiplicavam.



Declarações de autoridades norte-americanas deixavam claro que ele fazia parte dos preparativos da invasão da ilha. Em 2002 o governador da Flórida, Jeb Bush (irmão de George Bush), pedira ao irmão presidente para providenciar aquela invasão; o embaixador dos EUA na República Dominicana, Hans Hertell disse que o ataque ao Iraque era um "sinal muito positivo e exemplo muito bom para Cuba", sendo o começo de "cruzada libertadora que abarcará todos os países do mundo, Cuba incluída"; o secretário da Defesa Donald Rumsfeld disse, por sua vez, que, se fossem encontrados sinais de armas de destruição em massa em Cuba, "teríamos de agir".



Em abril de 2003 o governo Bush colocou Cuba no "eixo do mal", países que estavam na mira dos EUA por resistirem a suas ameaças de agressão. Um dos pretextos para isso era a acusação falsa feita por John Bolton, subsecretário de Estado, de que Cuba mantinha um programa de armas biológicas. Em outubro de 2003, o próprio Bush disse que "Cuba deve mudar" e que, evidentemente, "o regime de Castro não mudará por decisão própria". E em dezembro circulavam notícias de que vários órgãos do governo dos EUA trabalhavam em planos para a intervenção em Cuba.



No interior da ilha, sob a coordenação de James Cason, chefe do Escritório de Interesses dos EUA em Cuba, os preparativos para a ação contra o governo socialista foram acelerados. A distribuição de dólares foi farta, envolvendo desde o apoio à implantação de emissoras de rádio até o pagamento de cerca de 100 dólares mensais para aqueles que compareciam àquele departamento que é uma espécie de embaixada não formal dos EUA.



Foi uma enxurrada de pelo menos 45 milhões de dólares para financiar a conspiração. Em 2000 a Agência Internacional para o Desenvolvimento dos EUA (Usaid) deu 670 mil dólares para a publicação de panfletos anticomunistas. Outro 1,6 milhão de dólares foi destinado para ONGs contrarrevolucionárias; mais 2,4 milhões foram para o planejamento da "transição" e avaliação do programa.



O Centro para uma Cuba Livre recebeu 2,3 milhões em 2002 para aliciar grupos de oposição; o Grupo de Trabalho da Dissidência Interna ficou com 250 mil; Freedom House e seu Programa para a Transição de Cuba teve 1,3 milhão; o Grupo de Apoio à Dissidência, 1,2 milhão; a agência Cubanet, 1,1 milhão entre 2001 e 2002; o Centro Americano para o Trabalho Internacional de Solidariedade, 168 mil; a Ação Democrática Cubana, 400 mil em 2002.



Enquanto isso, o secretário de Estado assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Curtis Struble, disse que a Usaid investiria mais 7 milhões na conspiração anticastrista, e o general Colin Powell, secretário da Estado de Bush, anunciou o investimento de 26,9 milhões na Rádio e na Televisão Martí, mantidas pela CIA para transmitir programação contrarrevolucionária e articular a ação dos conspiradores.



Foi a participação ativa nesta conspiração estrangeira contra o governo de seu país que levou à prisão daqueles que, agora, são beneficiados pelo acordo entre o governo de Raúl Castro e o cardeal Jaime Mendonça. Eles foram condenados sob a acusação de crimes contra a independência e a integridade territorial de Cuba. Foram condenados por trair a pátria socialista a serviço da principal potência imperialista de nosso tempo, os EUA.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Três pilares da campanha

Luciano Siqueira *

Refiro-me a campanha de candidato proporcional – ou seja, no pleito atual, a deputado estadual e federal. E, obviamente, excluo postulantes que optam por comprar a preços inconfessáveis votos que lhe darão o mandato. Falo de candidatos de raízes e compromissos populares.

Isto posto, que “pilares” são esses? Sem querer defender tese nem ensinar nada a ninguém, revejo as tantas campanhas que já se passaram em minha vida militante, sendo eu candidato ou não, e chego à conclusão de que ideia, coragem e emoção são essenciais a uma campanha bem sucedida. (Além de materialmente bem lastreada, como deve ser toda campanha).



Vamos por parte. Primeiro que tudo é preciso sustentar um discurso correto, consistente e compreensível pelas parcelas do eleitorado que constituem o público alvo da candidatura. Isto quer dizer uma plataforma onde estejam assinalados os principais compromissos do candidato – que, no caso dos comunistas, se inspira na orientação geral do Partido, contida nas resoluções do último Congresso e em diretrizes mais recentes. Uma espécie de fusão da proposta nacional com bandeiras que expressam a realidade local. Mais: unir em torno dessa plataforma, alguns milhares de militantes e apoiadores.



Assim se faz possível uma campanha aguerrida, corajosa, ousada na busca do apoio popular. Mobilizando as pessoas das mais diversas formas, através de pequenas, médias e grandes ações. Nos territórios delimitados para a campanha, onde se concentra a presumível base social e política da candidatura, disputar o voto palmo a palmo – da porta da fábrica às cinco da matina ao fim de noite nos bares frequentados pela galera mais esclarecida.



E emoção, muita emoção. Você lembra de algo verdadeiramente importante na vida que não lhe emocione? Se não lhe toca a sensibilidade é porque não é importante ou você ainda não se apercebeu da importância que tem.



A disputa eleitoral é evento decisivo em nossas vidas, pelas consequências para o futuro mediato do País e de nossa aldeia. Bote importância nisso. Demais, quem ocupa o posto de candidato e os que formam os destacamentos do exército na briga pelo voto não alcançarão o objetivo se não se deixarem contaminar pela consciência do papel histórico que cumprem. E o entrelaçamento com a própria saga do nosso povo, a certeza de que estamos continuando a luta de muitos que em diferentes fases de nossa História alevantaram nossas bandeiras rubras e verde-amarelas, muitos sacrificando a própria vida e tingindo com o seu sangue generoso o solo de nossa terra.



O candidato não representa a si mesmo, é intérprete dos propósitos do Partido e de milhares que se aglutinam na peleja. E a campanha, assim concebida, se traduz num imenso ato coletivo de amor e de confiança no povo.



Convergência de ideias, determinação combativa e entusiasmo e alegria dão, assim, o sentido e o colorido da luta. E a possibilidade de êxito.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

PCdoB NO AMAPÁ VAI DE PEDRO PAULO DIAS




Depois de várias semanas de indefinições, particularmente na escolha dos candidatos à governador e vice-governador nas chapas que disputarão as eleições deste ano, o cenário eleitoral finalmente está definido no Amapá. Após o encerramento do prazo das inscrições no TRE são quatro os principais candidatos que pleiteiam o governo do estado: O atual governador do estado Dr. Pedro Paulo Dias (PP) que vem a reeleição; o deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB); o ex-deputado estadual Lucas Barreto (PTB) e o atual Presidente da Assembléia Legislativa deputado Jorge Amanajás (PSDB).

Para o senado oito candidatos vão disputar duas cadeiras. Foram inscritos: João Capiberibe (PSB) e Marcos Roberto (PT); Gilvan Borges (PMDB) e Papaléo Paes (PSDB); Randolfe Rodrigues (P-Sol); Waldez Góes (PDT) e Astalair Martins (PCdoB); Cláudio Góes (PSTU);

As composições no Amapá ficaram definidas da seguinte forma: A coligação “O Trabalho Precisa Continuar” é formada por PP, PDT, PCdoB, PR, DEM, PRB, PTdoB, PHS e PSL. Depois vem a Coligação “União Popular Pela Mudança” de Lucas Barreto (PTB) e Jaime Nunes (PSDC), que tem PTB, PSDC, PMN, PCB, P-SOL, PRP, PTC e PRTB. A família Capiberibe apresenta Camilo Capiberibe, filho do ex-governador do Estado João Capiberibe, pra disputa do governo estadual tendo como vice Dora Nascimento do PT. Essa Coligação “Frente Popular” é composta apenas de PT e PSB. O minúsculo PSTU também apresenta Genivaldo Cruz como candidato ao governo do Estado e Andréia Simone como vice.

Por outro lado, o PSDB de José Serra apresenta para a disputa ao governo do Estado o Presidente da Assembléia Legislativa do estado deputado Jorge Amanajás que tem como vice a deputada Francisca Favacho (PMDB). A sua Coligação “Amapá mais forte” é composta dos seguintes partidos: PSDB, PMDB, PPS, PV, PSC e PTN.

Milhomen chegou a ser convidado a ser vice

O deputado federal pelo PCdoB Evandro Milhomen chegou a ser convidado pelo atual governador Pedro Paulo Dias (PP) pra ser o seu vice em sua chapa. Essa informação pegou Milhomen e a militância do partido de surpresa, mas foi muito bem aceita. As lideranças políticas do estado de diversos partidos, inclusive da maioria dos partidos aliados, chegaram a considerar a escolha muito boa, houve até a manifestação pública de aprovação de 10 (dez) dos 16 (dezesseis) prefeitos do pequeno estado do Amapá. Mas tal proposta esbarrou nos interesses menores do DEM e do PDT que chegaram até a ameaçar abandonar a campanha do atual governador caso o comunista Milhomen permanecesse como vice. Por fim, emplacaram o ex-secretário de estado Alberto Góes do PDT.



O cenário da disputa

O atual governador e candidato à reeleição Pedro Paulo Dias (PP) é sucessor na gestão do estado do ex-governador Waldez Góes (PDT) e se movimenta com desenvoltura no processo, mas deverá ser o alvo principal na disputa dos demais concorrentes. Pra enfrentar o fogo cerrado da oposição já contratou o consagrado publicitário Duda Mendonça. É o candidato que reúne o maior número de partidos, quase todos da base de sustentação do governo Lula, a exceção fica por conta do DEM que “embarcou” na sua campanha na última hora. Por conta disso, esse deverá ser um dos palanques da ex-ministra Dilma Russef (PT) aqui no estado. O cenário da disputa por hora, segundo as pesquisas, está em equilíbrio.

O PT segue dividido

O Partido dos Trabalhadores rachou aqui no estado. A deputada federal Dalva Figueiredo, acompanhada da Presidente estadual do partido Nilza Amaral, sem maioria na direção do partido e defendendo a coligação com o PP, tiveram que assistir a debandada do partido para junto do PSB patrocinada pelo deputado estadual Joel Banha e o prefeito de Santana Antonio Nogueira. Conclusão, metade do partido fica com o candidato do PSB Camilo Capiberibe e a outra metade com o atual governador Pedro Paulo Dias do PP.

O projeto eleitoral do PCdoB

O Partido Comunista do Brasil no estado apresentou apenas a candidatura do atual deputado federal Evandro Milhomen para a reeleição numa ampla coligação (Chapão) que inclui o PP, PDT, DEM, PCdoB, PR, PRB, PHS e PTdoB. Essa chapa é composta de 24 candidatos (sendo que 4 deles já são deputados federais) disputando de 04 a 05 (cinco) vagas. A linha de corte prevista é algo em torno de 43 mil votos. A expectativa do partido é de que o deputado Evandro Milhomen seja um dos mais bem votados dessa coligação.  

Para a disputa a uma das vagas na Assembléia Legislativa o partido fez opção de compor apenas com o PP. O PCdoB apresentou seis candidatos que somados aos 23 do PP dá uma nominata de 29 candidatos disputando de 02 a 03 vagas. O deputado estadual e líder do PP na Assembléia Legislativa Edinho Duarte deverá ser o principal “puxador” de votos dessa coligação. Os candidatos do PCdoB são: Eury Farias, Marlon Oliveira, Evandro Siqueira, Ruberney Montes, Walber Silva e Téo Barbosa da Silva.

O Projeto eleitoral do partido no estado  está focado na reeleição do deputado federal Evandro Milhomen e de 01 (um) deputado estadual e na disputa para o senado.

Um comunista para o senado

Pela primeira vez na história do PCdoB no estado do Amapá será apresentado um candidato próprio ao senado da República, que atende pelo nome de Astalair Martins. Este camarada de 39 anos é goiano, formado em Administração de Empresas e pós-graduado em gestão pública. Mora há mãos de 15 anos no estado e presta assessoria a Associação dos Municípios do Estado do Amapá – AMEAP. Trata-se de um camarada experiente e com bom potencial político.

A indicação do nome de um camarada do partido para o senado faz parte de nossa política de projeção de novas lideranças no cenário político-eleitoral no estado e dá impulso ao protagonismo do PCdoB.

É grande a unidade do partido em torno do Projeto Eleitoral, e a Convenção estadual foi uma prova disso. Mais de 2.000 (duas mil) pessoas prestigiaram o evento. Agora é arregaçar as mangas e partir pra luta em busca da vitória em 03 de outubro.

De Macapá
Luiz Pingarilho


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Milhomen, do PCdoB, é o vice de Pedro Paulo no AP

Milhomen, do PCdoB, é o vice de Pedro Paulo no Amapá O deputado federal do PCdoB do Amapá, Evandro Milhomen, está sendo anunciado como candidato a vice-governador na chapa de Pedro Paulo.

Pedro Paulo é do PP, atual governador do Estado e foi vice-governador por duas gestões. Na próxima eleição, PP não poderá se candidatar.


O PCdoB pode perder uma de suas vagas no Congresso para as eleições deste ano, já que Milhomen era contabilizado. Mas pode ganhar um governador mais adiante. Isso se Pedro Paulo for o vitorioso, claro.