O cenário eleitoral no Amapá ainda está indefinido, mas alguns lances nos chamam atenção. O mais recente foi o da crise vivida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) que, neste ano eleitoral, veio à tona e tem sido estampado nos meios de comunicação do estado. O PT começou bem o ano compondo o bloco de partidos (PT, PCdoB e PR), responsáveis pela construção do palanque da ministra Dilma no estado, mas acabou afundando nessa que talvez seja a maior crise vivida pelo partido no estado do Amapá onde três grupos se engalfinham: o da deputada federal Dalva Figueiredo, o do deputado estadual Joel Banha e o do Prefeito de Santana Antonio Nogueira, segundo maior município do Estado. Cada um tem um terço dos membros da direção do partido e os grupos do deputado Joel Banha e do Prefeito Nogueira resolveram se juntar pra um ajuste de contas contra a deputada Dalva decidindo abandonar o governo do Dr. Pedro Paulo Dias (PP) e assumir compromisso com a candidatura ao governo do estado do deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB).
Esses dois grupos chegaram a aprovar uma resolução em que a executiva estadual do partido exigia do atual governador a nomeação de novos nomes para a recomposição dos espaços já ocupados no governo até o dia 14 de maio de 2010, assim como o repasse dos recursos de todos os convênios assinados e pendentes com as Prefeituras dirigidas pelo PT no estado.
Ocorre que essa crise vem se arrastando há um bom tempo. Segundo o deputado Joel Banha a deputada Dalva, então Presidente Estadual do partido nos últimos anos, teria se apoderado da grande maioria das indicações aos cargos no governo do estado e deixados as demais lideranças à margem das decisões e com inexpressiva participação. Mas nessa época a deputada tinha a maioria do Diretório Estadual e era quem dava as cartas. Hoje o quadro se inverteu e o impasse se estabeleceu no partido.
A deputada Dalva Figueiredo e a atual presidente do partido Nilza Amaral defende a manutenção do partido no governo e o apoio à candidatura do atual governador Dr. Pedro Paulo Dias (PP) no pleito deste ano. Enquanto os seus desafetos o deputado Joel Banha e o prefeito Nogueira, após a negativa do governador em atendê-los em suas reivindicações, defendem a composição com o PSB que faz oposição ao atual governador.
Independente de quem vai sair vencedor nessa “queda de braço” uma coisa é certa: o PT está “rachado” e não existe mais confiança entre os seus dirigentes e lideranças no estado. Justamente o partido da Dilma Russeff, que tem a obrigação maior de articular a campanha presidencial no estado está enfraquecido e sem unidade.
Torcemos para que o vencedor dessa contenda seja o bom senso. O PT é um partido muito importante para a luta democrática e desenvolvimentista no estado, e tem demonstrado isso na sua trajetória política desde a sua fundação. Nós, que temos uma convivência de muitos anos com o PT, pautado sempre no respeito e na ética, ainda acreditamos em uma solução que preserve a unidade do partido e do palanque da Dilma no estado.
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